Nasceu em Uberaba, Minas Gerais, em 1947. Sua primeira exposição coletiva aconteceu em 1971,
em Belo Horizonte.
Para além de seu domínio visível de composição, que facilmente se observa através das construções
sensíveis de seus personagens e de suas diversas posições corporais, também é importante perceber
seu apuro técnico com as cores e texturas. Mário construiu uma identidade que se identifica sem se
repetir, cuidando de todos os detalhes para que seu contexto seja expresso com clareza e
personalidade, como o fundo característico – uma das assinaturas do artista, quase que um
patchwork em pintura – sempre marcante, porém leve o suficiente para que não se sobreponha aos
personagens e a força de suas expressões e interações.
Situações festivas, como uma roda de samba, serenatas, gafieiras, são sempre retratadas sob a paleta
de cores adocicada, porém intensamente viva do artista. As expressões por muitas vezes timídas,
noutras confiantes e vaidosas, das moças que dançam no centro da tela, dos instrumentistas que as
fitam e das figuras coadjuvantes, porém não ignoradas ao fundo, criam um autêntico labirinto de
possibilidades de interpretação, de histórias a serem tecidas ou imaginadas. O olhar de soslaio e de
frente para o espectador oferecem múltiplas possibilidades, prendendo a atenção para o diálogo
interno que a tela oferece.
A arte de Mário Mariano consolida-se assim como a técnica apurada e criativa com a qual trabalha
cores e formas com propriedade, sem distanciar-se da capacidade de nos prender em seus enredos,
estórias e episódios. Seja mais introspectiva em suas imagens ou mais explosiva em sua vibração
interna, cada tela cria um novo episódio dentro do universo tão particular do artista.