Nascido em em Teresina, Piauí, em 1986, Hudson Melo cresceu em uma família de artistas e desde muito cedo soube que carregava essa herança, inclusive, é dessa infância que traz ainda muitos dos personagens que retrata até hoje em seus trabalhos.
Autodidata, com influência direta da cultura das manifestações culturais de sua terra natal, como a xilogravura, Hudson desenvolveu traços muito particulares, que exploram a intensidade das cores, a tridimensionalidade e a expressão e que se tornaram, como de todo grande artista, sua marca registrada. Com essa identidade única e certa ligação com o neoexpressionismo, seus personagens retratam momentos de sua infância e adolescência, dando ênfase a cabeça em relação ao restante do corpo, característica muito comum nas ilustrações infantis e que o artista intencionalmente carrega até hoje, marcando suas criações.
Ainda sobre a tridimensionalidade, outra de suas características marcantes, quando percebeu no próprio desenho esta certa dimensão, quis experimentar o graffite como nova forma de fazer arte. Assim, aprendeu a trabalhar a percepção sensorial com o spray. “O graffiti é uma forma de você entender o seu corpo e trabalhar isso com a lata”, explica.
Evoluindo em suas matrizes e superfícies, o trabalho do artista vai do papel para os muros e para as telas, em uma relação estreita onde uma estética leva à outra, com traços expressivos à mão livre. Sua trajetória passa por graffiti, muralismo, retratos e pinturas a óleo e está sempre em busca de novas formas de se expressar.
Seu trabalho com graffiti já o levou para grandes festivais internacionais no Brasil, como o Festival Concreto em Fortaleza e Recifusion, em Recife ao lado de artistas do mundo inteiro.
Na Alemanha, Hudson foi convidado para pintar um toten em frente ao Museu de arte contemporânea Marta Herford, localizado na cidade de Bielefeld, e eleito em 2013 como o melhor museu da Europa. Por meio da Galeria Manuel Nunes graffitou paredes nas cidades de Colônia, Berlim, também na Alemanha. “Essa experiência foi incrível porque nestes lugares levei uma temática freestyle, que é bem distante do que eles têm costume, então foi inovador e diferente pra eles.”, explica.